domingo, 13 de novembro de 2011

SEXUALIDADE, POLITICA E AMOR POLI

PRELIMINARES – É necessário tirar as arestas de confusões feitas, nesse campo e a respeito da sexualidade, pelos animais racionais, que buscam se tornar humanos. Ela foi, desde a pré-história da humanidade, desentendida, confundida e descaracterizada. As igrejas a confundem com sexo; os espaços de educação a tratam como uma doença que levaria a uma gravidez precoce ou em doenças sexualmente transmissível ou distúrbio de conduta; os cursos de psicologia a tratam de maneira néscia e na internet, Wikipédia e google, não se encontra nada de significativo e coerente com a natureza e a essência que lhes é própria. Pode-se dizer que ela é a eterna desconhecida, ignorada, silenciada e sufocada. Sexualidade não é sexo. Faz parte da sexualidade o sexo. Ela está disseminada em todo o ser, em todo o cosmos de relacionamento. Ela foi tornada um afeto desafetuado que não afeta ninguém, um desejo indesejado e que é abominado, e um querer desatendido que não pode ser querido. Quando se torna a sexualidade insignificante a vida das pessoas fica desfigurada, a pele sem aquela essência natural produzida po seu húmos da paixão que seduz sempre. Nao nutrir a sexualidade ou o amor significa matar sua potência política e cósmica.
SEXUALIDADE - O que vai ser dito aqui não é nada de novo no propósito desse blog. E por isso, o que aqui se transcreve, de modo sistemático, já foi trabalhado de modo analógico em textos escritos sobre essa matéria desse autor.  Existe outro trabalho escrito sobre sexualidade. E nesse texto, já dito de outra forma, o que se trabalha nesse momento é a conexão e vinculo com o amor, tema também já desenvolvido. Pretende-se problematizar mais uma vez, agora de modo articulado com amor e política, sobre a sexualidade. Pensa e se faz elucubrações sobre a sexualidade, que se expressa como: comunicação do si mesmo como eu dos outros, conexão com todo o entorno, e não só com as pessoas no ato sexual e de sexualidade enquanto uma questão científica e antropológica.

CIÊNCIA (Freud) E FILOSOFIA (Platão) - Vou iniciar, justificando o que tem na sexualidade de científico; ela se embasa na visão freudiana de que o homem e a mulher são animais sexuados, desde o ventre materno; no ventre eles recebem os influxos dos sentimentos e emoções de sua conexão primordial.  Para Platão a ANIMA, ser humano, tem três almas, uma irascivel¸ outra concupiscível e uma terceira que ele chamou de racional. Isso poderia ser o mesmo sentido que em Freud, ao caracterizar a Psiquê do homem em id, ego e superego? Esse é o pressuposto hipotético dessa a relação simbiótica, entre filosofia e psicanálise, que sustenta e embasa esse texto. Para Freud a sexualidade tem uma historia e um processo de desenvolvimento, que não se encerra com a última das fases. Desenvolvimento esse que nunca cessa, sobretudo se tiver vivido cada uma das fases sem traumas. A nossa sexualidade perpassa todo o nosso ser. O lado biológico é invadido pelo antropológico. O lado biológico é aquele que nos fez, compostos de pares de cromossomos, masculinos e femininos. Desenvolve-se um ou outro, a partir da vida em sociedade, que será a determinado pelo meio cultural, religião e instituições e o social. Isso é o que se denomina de antropológico. A cultura e as relações culturais, estabelecidas no meio em que ela se desenvolve humaniza, emancipa ou de modo paradoxal, deixa a pessoa cheia de pudores ou despudorada; limitadas em suas manifestações de afeto e do modo de desejar de querer; permite que ela levante voo diante das infinitas possibilidades das conexões das dialogicidade e dialéticas do mundo virtual.

SEXUALIDADE E POLITICA - Em Platão, que concebe o homem como um animal político, é um ‘DEVER’ educar o ser que precisa se humanizar. A educação tem o propósito de fazer com que aprenda a governar a si, o seu ser a partir do aprender a pensar em tripla (irascivel, concupiscível e racional) racionalidade, ou à polis, a cidade o desejo e a vontade de todo o cidadão. A sexualidade, e aqui é uma inferência, precisa ser educada para que os humanos aprendam a dirigir a si e à cidade, sem que faça dela espaço privado de ninguém. Ele deve aprender a governar conforme não seus desejos e sim para atender aos desejos e fazer a vontade de todos, o bem comum. Quem não tem uma sexualidade desenvolvida não pode e nem sabe guiar a si e aos outros. Ele não tendo educada a sua vontade, os seus desejos e os seus quereres é um ser mais irracional que todos os outros animais. Só faz política quem tem uma sexualidade humanizada e equilibrada, que é o cuidado com o teu todo. Só tem uma sexualidade equilibrada e humana quem faz política que ‘é o cuidado com o todo’ dos outros. Então, sexualidade é o cuidado do o todo seu, que é sua morada e a política é o cuidado com o todo, ‘de todos’, que é de todos e de ninguém.
O AMOR – Pouco se diz de amor que tenha sentido e propriedade, sem que não se recorra,  de modo metafóricos, aos mitos, O mito de Eros o deus do amor grego é uma imagem falante sempiterno. Quando ele nasceu provocou uma balbúrdia no ‘monte olimpo’, morada dos deuses gregos. o Eros. Na visão mítica transcrita na ‘Odisseia’ de Homero, isso é traduzido no diálogo de Helena com Pólex, filho de Tindalo. Helena de Tróia, filha de Zeus e uma mortal, ela tinha em si esses atributos,  doado pelos deuses, da beleza e espírito inscritos nos cosmos, que a todos atrai, encanta e seduz. Essa narrativa mítica traduz isso. Eros é um jovem que seduz a todas com as flechas de se arco. Ele nunca envelhece e seu espírito é sempre jovializador.  O amor sempre revoluciona, gera confusão e liberdade nas pessoas que o vivem. Ele torna as pessoas sem fronteiras, ilimitadas e por que não dizer, imortais.  Quem tem amor e ama de modo cósmico ninguém manipula e ou controla, é livre. A beleza e o espírito são atributos inerentes ao amor e ao amante.Assim era a imagem e o que irradiava helena de Tróia, personagem de HOMERO na Mitologia Grega. Todos buscam esses atributos em suas vidas. As relações, os casamentos, os vínculos deveriam se propor em efetivar esses princípios. No mito o amor é inato, atributo herdado diretamente dos deuses. Para eles tudo era um e um era tudo. O amor na acepção filosófica é invenção, construção e transformação dos humanos, inerentes a eles, como dádiva e predileção dos deuses.  Um dos sentidos semânticos da filosofia é philia, de filos, que ao mesmo tempo é ser amante, amigo e cuidador. O amor tem em si a fagulha da ‘mudança dialética’ e por isso se torna cada vez mais humanizável e mutante. Ele tem em sua química, a capacidade de misturar e conectar simbioticamente e em sua física, uma energia vital que circula pelas veias invisíveis do cosmos, que conecta as pessoas consigo mesmas, com o seu entorno e faz a ligadura com cosmos. Hegel já dizia que o amor está em nós por que tempos em nós a semente em desenvolvimento que herdamos do amor que é a atmosfera que respiramos. As religiões e igrejas que tem uma antropologia patriarcal tentaram domesticá-lo, privatizá-lo e domá-lo. Uma tentativa em vão que durou muitos séculos. Hoje essa referencia e antropologia ocidental desse amor patriarcal, cortês, burguês e cristão androcêntrico, encontra-se em crise, asfixiando-se diante das possibilidades mil, trazidas pelas novas tecnologias e as redes sociais geradas pela internet.
FILME HELENA DE TRÓIA - Assista  ou veja o filme helena de tróia que ele visualiza e exemplifica esssa relação entre amor, política e sexualidade
SEXUALIDADE, AMOR E MULHERES – O amor e a sexualidade tem a mesma natureza e circulam em todo o ser, em todos os seres e em todo o cosmos animado. Nas pessoas ela circula pelos sentidos, os cinco sentidos. Quanto mais sensível mais humano, mais criativo e incentivo. Os artistas e os poetas, cientistas e as mulheres são os que mais dão vida e guarida à sexualidade tem como filha a sensibilidade. A feminilidade é filha herdeira dos valores da sensibilidade cuidada e alimentada. A mulher fez dela seu jardim e sua morada, mesmo sendo feita objeto de uso e abuso, e  nela habitou e se tornou sua ‘jardineira mor.’ Lembre-se de Freud, que  descobriu que a sexualidade tem fases. E uma dessas fases se inicia por um dos cinco sentidos. Ela toma forma a partir de um dos sentidos, o oral, a boca. Da boca provém a fala, o discurso, o verbo que engravida o mundo ou aborta a vida com a palavra que anima, afugenta e aprisiona ou agrilhoa. E assim sucessivamente. São os cinco sentidos que permitem que a sexualidade tome forma, desenvolva-se seja corporificado nas pessoas. O amor é energia e é química, no desenho da composição cromossômica herdada da genética dos pais e que se movimenta e desenvolve em tudo e em todos. A sexualidade é refinamento dos sentidos.  O amor é o amadurecimento resultante das conexões, frutos das relações tidas e mantidas, desde que sejam éticas, justas e prazerosas. Amor e amar nada tem de herança mais é sinergia circulante nas veias do cosmos. Do cosmos que fomos engendrados e nele convivemos e dele cuidamos ou degeneramos os seus seres. O modo como amamos ou vivemos a sexualidade está sendo ECOada  nas outras pessoas, em nosso mundo interno e  no cosmos, nosso morada  e morada de todos. Por isso que o amor e sexualidades são POLIticos e ECOlógicos. Todo amor que é amor, em sua natureza e essência, deve engendrar a vida, dignificar as pessoas e edificar o cosmos. Todo amor e ou sexualidade é feminino, energia da física e amálgama da química. Assim sendo, amar, viver a sexualidade é próprio de humanos sensíveis, afetuosos, políticos e ecológicos. A mulher é o modelo de amar e de cuidar do ser, pela concepção e gravidez, e de cuidar do cosmos pela sua natureza e essência que evoluíram, apesar da primitiva e pré-histórica estilo de ser dos homens desnaturados de sexualidade e amorosidade.
RELACIONAMENTOS E TECNOLOGIAS – A única coisa que não muda é o mundo em seu eterno fluir e os seres no mundo que se metamorfoseiam sempre. Tudo muda e ninguém e nem um ser, animado ou inanimado,  no mundo é a mesma coisa no dia seguinte. Eis o desafio que está posto. É para corresponder, a essas mudanças e as pessoas nesse mundo coabitarem, a ciência que dá razão de ser a tudo isso diuturnamente,  cria possibilidades novas de se conviver nesse mundo sem se desumanizar. Desde a invenção do fogo, simbolicamente a primeira tecnologia, que permite que a natureza e o seu mundo deixasse de ser uma ameaça, até hoje se descobre e se cria tecnologias que dão segurança, conectam e humanizam as pessoas. As pessoas se relacionam em um mundo que muda. Assim também é preciso ter em mente que as  relações adquirem outra configuração. Quando isso não acontece as pessoas perdem a sintonia e a onda das tecnologias que fluíram fazem com que ela  fiquem caducas, de modo precoce e ou mesmo sendo jovens, elas entram em crise e ou se refugiam nas igrejas sensacionalistas ou fatalistas e se desumanizam. Quando surgem as tecnologias, em cada contexto, elas ou já são reflexos de novas mentalidades criadas, e ou, desenham novos paradigmas. E assim todas as formas de vida e conexões humanas, sejam instituições sociais, educacionais são impactadas. Em nosso tempo de redes sociais e conexões ilimitadas e sem fronteiras, de emancipação da mulher, de possibilidades de relacionamentos de pessoas do mesmo gênero, das possibilidades de viver a sexualidade de modo Bissexual, homossexual, Pansexual, Transexual e polimoroso isso tudo provoca um tsunami na vida e no modelo de relação patriarcal e androcêntrica. O modelo de família privatizado,  e que doma a natureza do amor e que sufoca e silencia da sua livre expressão, estão com os dias contados. Na verdade a crise se anuncia há muito tempo. Agora ela só se levanta do meio das cinzas de anos de violência da natureza do amor e do afeto humano.Um novo modelo de conexão, para além da família patriarcal, machista, homofóbica, pedófila se visibiliza e desabrocha. Ela também não é o último modelo. Ela pode vir a mudar em qualquer novo contexto.

SITES E LINKs PESQUISADOS
http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=50Zbgo9MsIo - Cafe, poesia e filosofia - Sexualidade – 1
http://www.youtube.com/watch?v=urg9Oeau7qQ&feature=related - O corpo, o amor, a sexualidade e a cultura
http://www.youtube.com/watch?v=cm_7otYaa6E&feature=related slide sobre sexualidade
http://www.youtube.com/watch?v=6D1yHwg3kHA&feature=related – Café filosófico – mulheres
http://www.youtube.com/watch?v=Luu3Nby0XlA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dsexo%2Be%2Bamor%252Brita%2Blee%2Blegendado%26aq%3Df – amor e sexo – Rita Lee
http://www.youtube.com/watch?v=8UaolqbwvE8&feature=related  - a sexualidade, o seu despertar.
http://www.youtube.com/watch?v=Pg6OxqF7JMk&feature=related  - historia do sexo1
http://www.youtube.com/watch?v=qWpiAqiZsuQ&feature=related  - historia do sexo2
http://www.youtube.com/watch?v=ePM5idX3X54&feature=related  - historia do sexo4
http://www.youtube.com/watch?v=IflDZe4x338&feature=related  - Sexo: O Portão Secreto para o Éden Parte (4/7)
http://www.youtube.com/watch?v=9exT0ZNpYlc&feature=related - Sexo: O Portão Secreto para o Éden Parte (4/7)
http://www.youtube.com/watch?v=bIlFz3a0vJw&feature=related - Sexo: O Portão Secreto para o Éden Parte (1/7)
http://www.youtube.com/watch?v=a0PZJTa04Q4&feature=relatedA historia do amor- fantástico – começo
http://www.youtube.com/watch?v=G_Jb2jANmaE -  A história do amor- fantástico – Sedução

6 comentários:

  1. Oi Expedito,seus textos são sempre muito bem elaborados e articulados,principalmente quando se fala de sexualidade,relacionamentos,você os faz com tanta paixão que contagia,seus textos levam a refletir sobre a vida e suas limitações....adorei queridooooo,vc sempre maravilhoso...bjss

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  2. Expedito,li e reli seu texto,sua percepção de amor é sublime....Gostaria de poder hoje ja escrever sobre meu relacionamento,mas ainda estou com muito pouco tempo,mas prometo um belissimo texto sobre minha propria vida.

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  3. Nyna(Dalma)faço minhas suas palavras,pois realmente se percebe como ele exala paixão pelo assunto.
    em breve nos encontraremos

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  4. Parabéns pelo seu blog!
    Enviamos para você um e-mail e um convite para participação em nossa revista.
    grande abraço!

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  5. um artigo extenso e intenso. noto que há uma boa possibilidade de ampliar o assunto, especialmente naquilo que mais incomoda nossa sociedade doentia que é a evidente sexualidade infantil e juvenil, o que mexe com os [pre]conceitos sobre idade de consentimento e a lei que faz presunção de violência em um relacionamento cuja única característica "criminosa" estaria na diferença etária dos amantes. discriminação etária não justifica a presunção de inocência por parte daquele que, subjetivamente - quer por [pre]conceitos sociais, quer por definições obsoletas da lei - são considerados "menores" de idade.

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