segunda-feira, 3 de maio de 2010

BLOGAR-EDUCAR E AMAR EM REDE


PREMISSAS – Esse texto tem a irreverência em combinar as três perspectivas, aparentemente dissonantes, entre o blog, a educação e o poliamor. O pressuposto a ser trabalhado é de que blogar, educar e poliamar tëm o mesmo sentido. Para quem não conhece o poliamor e a suas dimensões, pode se sentir sem chão, ao que pode ser desvelado aqui. Ele é um modo original e originante utopia, sempre buscado de se amar; para quem entende que o propósito da educação habita em outro mundo, e que assim não está sendo atualizado e não sabe dialogar com os novos sujeitos desse mundo de tecnologias e mídia; e quem não descobriu ainda a relevância e significado de se tecer textos, pelo fato de estar acorrentado no texto dos outros e de outros com+textos, em um mundo virtual que é um dilúvio de textos sempre novos e online, será bem vindo a esse texto amoroso e deseducador. Amar e educar ou blogar é navegar e aprender a arte da navegação em mundos que precisam ser desvelados, tecidos, costurados e conectados. Utilizarei a linguagem NAVEGAR como sendo a palavra chave que faz o ELO. Navegar e preciso, nadar é necessário no amar poli, no educar humanizado e no blogar redes de saberes construídos coletivamente em um mundo que metamorseia.

DA GRÉCIA- O sentido de aprender a navegar, os gregos, em seus mares, viveram em suas três dimensões: do amar poli ilimitado, sem fronteiras patriarcais onde se combina o poder jovializador, renovador e sedutor do eterno EROS, da estética e da beleza de AFRODITE que encanta e reluz o ser mulher indomável e senhora de si sempre, de DIONÍSIO que descobriu no prazer e na paixão estão inscritos em nosso ser e nele se manifesta o divino e por fim ATENAS que é a musa que nos ensina que todo amor tem sentido quando nos torna hábeis na astúcia, na sabedoria, na justiça e na prudência dos amantes; do educar polis que Sócrates fez em Platão na ágora e nas ruas de Atenas, que Platão fez em sua academia e que Aristóteles em seus discípulos peripatéticos; e do blogar cósmico de Alexandre, o grande, discípulo de Aristóteles que na ânsia de expansão de seu império, levou o tecido e a tessitura da TEORIA GREGA, inicialmente no mundo helênico e depois ao ser conquistado politicamente por pelos romanos nele incorpora a ALMA GREGA através do modo de conceber a vida, o amor, a política e a educação. Isso se aplica ao ato de educar a partir das tecnologias e mídias, do amar em um mundo vivendo da dubiedade do amor monogâmico e do educar conteudista e sem vida.

 ARTE DA NAVEGAÇÃO - É possível se navegar na internet? Como se deve navegar na internet? Fazer como isso acontecer? Só pode ensinar quem se iniciou nessa arte e conhece as profundezas dos mares dessa navegação ou ta nesse oceano. O paradigma da navegação foi descoberto pelos gregos. Para entender a navegação visualize a Grécia do século VII ao século III a.C. O povo grego, geograficamente vivia rodeado de águas, viviam em ilhas que os tornavam mais próximos de outras nações que de seus compatriotas, sendo assim viviam do mar e no mar. Eles viviam da navegação e em navegação todo o tempo. Para eles conhecer a arte da navegação era decisivo. Dessa experiência e necessidade eles descobriram e inventaram a arte de toda navegação: filosofia. É o paradigma a partir do qual todo o mundo se espelha. Será que eles inventaram a arte de toda navegação ao criar a filosofia? Para os gregos navegar, educar, amar e filosofar simbolicamente falando tinham o mesmo significado.

EDUCAR E NAVEGAR - O grego concebia e imaginava o homem e a mulher, como um barquinho no meio do mar, hora em um rumo certo, e em outros momentos, à deriva. A educação é entendida como uma escola da aprendizagem da arte da navegação. Seria feliz quem tinha a sabedoria do navegar e remar nos mares revoltos. Pode-se dizer que toda educação, seja ela FORMA ou INFORMAL, consiste em apreender e ensinar e aprender com as pessoas a arte da navegação. Ao mesmo tempo se ensina a aprender e aprender a ensinar a nadar em todos os mares e rios. Aprende-se a navegar e nadar sem naufragar, quando se aprende a nadar em nossa racionalidade, que é id, ego e superego, por isso essa racionalidade compreende o pensar, o desejar e a vontade de querer ser cada dia mais sensível e humano. Aprender a nadar e a navegar, aprender a ser racional, sensível e desejoso.

BLOG E EDUCAÇÃO - Nessa navegação para saber o que seria um BLOG encontrei uma definição na NET, curiosa e sugestiva, que aqui transcrevo: [...] Will Richardson, um dos mais acérrimos defensores dos blogs na educação, diz que blog ar: “é escrever o que pensamos quando lemos o que os outros escrevem. Se continuarmos, outras pessoas eventualmente escreverão o que pensam quando nos lêem, e assim entraremos numa nova esfera de relações humanas. Será que esta revolução pacífica se vai dar entre professor e aluno? Assim espero!" [...}. A idéia do BLOG é tornar-se ferramenta que ANIMA, educa e desenvolva a coragem que supera os medos e as pseudo seguranças perante o mundo, que nos amedronta e assusta; educar é tecer discursos online em meio às incertezas, no dilúvio das informações e assim sejam superados os medos do navegar e do nadar nos amores. Medo é sempre uma atitude primitiva e irracional do novo, da mudança e da ruptura. Temos que ir além do primitivismo e da irracionalidade. Exercício bom é esse de escrever. Educar é dialogar, desnudar-se, perder o medo do novo. É remar em mares desconhecidos. Escrever é desnudar-se diante de si dos outros e do mundo. É dizer o que pensamos e o que nos fez decidir por esse ou aquele cominho. Escrever é dialogo. É dirigir-se, sem ver mais ao mesmo tempo, vendo o presente e o ausente e em frente imaginativamente.

BLOGAR E EDUCAR - Essa fala é um bom insight e ela nos leva a pensar. Como os gregos, indo ao encontro de outras culturas, através desse espaço virtual se BLOGAR: comunicar, relacionar, educar. Viver é navegar, BLOGAR e relacionar-se. Muita gente busca isso hoje no MSN, ORKUT, e salas de bate papo. BLOG é ao mesmo tempo uma navegação ao encontro de outro, como um processo de comunicação; é um diálogo com as pessoas que estão no mundo virtual, para uma relação virtual-real. Acredita-se que é esse o sentido de um BLOG para os professores que trabalham no processo de educar. Eles devem se perguntar continuamente porque as pessoas prefeririam ficar horas e horas na frente de um computador e não mais se sentem bem em suas aulas? Por que se admira mais uma XUXA, um LUAN SANTANA mais que o professor que ta ali frente a ele? Que tipo de relações eles projeta com esses ídolos e que e essas relações são de fato humanas, educativas?

A REDE MUNDIAL - Fiquei pensando... Que imagem se desenha no espaço virtual da rede de computadores, em cada BLOG escrito e em cada conexão virtual e com os possíveis e imagináveis leitores e interlocutores no espaço fractal? Palavras, idéias, pensamentos teci, de tecer e fazer rede, no espaço virtual. Onde será que está tudo isso? Basta alguém acessa a um computador em um cyber, em casa, em uma Instituição de ensino ou no local de trabalho e ter acesso a toda essa nova biblioteca, videoteca, fotografia+teca, torpedo+teca, mensagem+teça, ebooks, que a rede mundial virtual oferece e acessar? Onde será que essas palavras, idéias, pensamentos e imagens estão? Elas estão no fundo mar da virtualidade do mundo dessa nova modalidade de se relacionar? Educa, e ‘ama poli’ quem está tecendo da sala da aula ás salas da internet. Navegar é preciso, nadar é necessário! Tecer é uma responsabilidade.

ESTUDAR E VIVER- É interessante pensar que aprender a estudar é aprender a arte do navegar no mundo do texto. Nele tem uma realidade dita e de outra maneira que curiosamente precisamos imaginar para poder decifrá-la... Em alguns momentos da navegação temos que mergulhar para não naufragar. Quem navega encontra águas, rios, mares e oceanos ora calmos, ora tempestuosos. Textos e textos estão aí no mar das informações. Quem não souber navegar e nadar no Google, Wikipédia e youtube podem ficar ofuscados e tontos. Pode-se usar a imagem de que quem navega pode tanto amar como morre de medo de nadar. Navegar é preciso aprender a nadar é necessário. A vida no mundo é uma navegação e um nadar eternos? Nadar é mergulhar sem se deixar naufragar ou afogar. Não deveria ser a vida em sociedade: não se deixar afogar nas águas da corrupção, não estufar o peito e dizer que odeia política, parafraseando Bertold Brecht, não afundar na lama do individualismo solitário e consumista, não naufragar no rio da educação e do professor COCA-COLA e fluído.

APRENDIZES POLI – Ser aluno e ser professor nesse mundo que emerge é superar todas as distâncias de afeto, de curiosidade. Educar ou amar é tecer rede que faz tecido-texto, seja com os que estão presentes-presentes no mesmo espaço das salas [de toda natureza] na imaginação real-virtual. Nas duas dimensões se está fazendo parte da mesma tessitura: comunicação. Pode-se dizer que quando se faz conexão hoje em dia, é a mesma coisa que está presente, online ao mesmo tempo em todos os lugares acessíveis e ou off-line, em lugar nenhum com os que estão desconectados, aquém-além e como todos os internautas e navegantes desse mundo. Pensar que modelo de professor decorreria dessa concepção de educação foi o que me ocorreu a partir de um e-mail que eu recebi, sem assinatura, com o texto intitulado “NÃO SEJA PROFESSOR COCA-COLA”. Transcrevo literalmente algumas idéias que diz muito para essa reflexão. “Professores Coca-Cola, inegavelmente admiráveis pelo seu saber, disputadíssimos pelas instituições, comentado pelos alunos, ansiosos por experimentar desse saber, reconhecido em qualquer lugar só pelo nome e suas atitudes, entretanto com uma fórmula secreta. Essa postura faz cairmos, inegavelmente na metáfora principal desse artigo, pois o refrigerante já citado aqui tantas vezes possui características semelhantes a esse profissional - Conhecido, invejável, apreciado, disputado, comentado e detentor de uma fórmula secreta. (...) Entretanto, o profissional do qual fala esse artigo não permite que o aluno saboreie o banquete das suas aulas e de toda a sua bagagem cultural e intelectual porque em todos os encontros acaba por guardar a sete chaves seus conhecimentos.”

AMAR POLI – Não se visualiza o amor poli nas ruas e nas praças. O que se observa é o amor sacrifício, ciumento, possessivo e inseguro. Não encanta apaixona e seduz quem não está ao mesmo tempo para além das formas patológicas de amar de nosso mundo. Amar e educar tem tudo a ver. Repete-se insanamente o mesmo modo de fazer educação repetida desde o tempo de meus ancestrais assim também pode ser no modo de amar. Só encanta quem está encantado. Só pode ser objeto de desejo quem é sujeito de seus desejos. Acredita-se que ainda se pode encantar e apaixonar aos alunos em nosso tempo, como os professores faziam nos anos passados. A relação educativa é uma relação de sedução e atração na perspectiva do conhecimento. Uma alternativa se acena. A atração e o encanto que os jovens sentem pelas tecnologias e mídias tais como, CAM, CÂMERA DIGITAL, CELULAR E INTERNET, nos apontam para uma luzinha no fim do túnel das aulas enfadonhas, conteudista, de giz e cuspe e cópias nos quadros... Como deve se dar a navegação para todos nós? Será que o que se busca hoje é partilhar a arte da navegação no mundo virtual? O que você pensa e imagina em cada BLOG lido? Que necessidades e desejos temos em relação ao nosso agir educativo? Estamos saciados e satisfeitos com o que fazemos?
virtualpoli@hotmail.com  - Paraiso do Tocantins-TO

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